terça-feira, 25 de setembro de 2012

Write.

Queria escrever.
Mesmo sem assunto determinado.
Desisti do idiótico texto metalinguístico que se desenrolava.
Tinha inveja da época onde fortes emoções adolescentes se tornavam combustível para os mais diversos (porém mais iguais) textos.
Lembro do amigo, que com sua sagacidade contava incríveis histórias dos anti-heróis mais impressionantes que já vi. Conseguia, com seu sarcasmo afiado, colocar um sorriso em meu rosto mesmo nos tempos mais adversos.
Lembro da amiga, que escrevia seus sensuais textos sobre a vida noturna. A sensibilidade incorporada conduzia as baladas ébrias em devaneios tocantes, onde qualquer um podia perde-se.
Lembro do amigo, que escrevia com a boca. E que conseguia me encantar enquanto eu lia com os ouvidos suas melodias envolventes, que nada deviam àquelas somente do papel. Ele fazia com que qualquer uma poesia no papel quisesse virar música.
Lembro da amiga, que com seus textos amortecia as dores de seus relacionamentos e esperanças. E com amor, tecia inenarráveis contos românticos. Era o adjetivo que caberia, se eu mesmo não os tivesse lido.
Lembro do amigo, que com seu intenso conhecimento construía os mais fabulosos e elaborados universos. Fabulosas histórias de homens e mulheres que nunca viveram desenrolavam-se naquela imaginante cabeça.
Lembro da amiga, que apesar da recorrência de crianças sofrendo em suas histórias, consegue com maestria retratar os laços e tropeços daquela família que se escolhe. Me fazendo lacrimejar mais do que deveria.
Então lembro de mim.
O que sei fazer no meio de tantos amigos talentosos?
Mentir.
É.
Acho que vou voltar para aquele texto metalinguístico.


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Singela homenagem aos meus amigos escritores, também àqueles não descritos. Compensando os dias do escritor que se passaram. Ou não.
http://plantatambemegente.blogspot.com.br/
http://inkhammermelody.blogspot.com.br/
http://amor-tecedor.blogspot.com.br/
http://memoriasmeiosobrias.blogspot.com.br/
http://cronicasdomardeprata.wordpress.com/
http://teatrodesombras13.blogspot.com.br/

3 comentários:

  1. Caralho...






    Tipo assim, caralho.
    O Bê sempre consegue me surpreender. ;~~

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  2. Todo escritor (todo artista, talvez) é no fundo um mentiroso. Não se preocupe, que você não é o único. Desde que as mentiras sejam boas, sempre vai haver quem leia (e os bons amigos, eu falo por experiência própria, leem até mesmo as ruins, se você encher o saco o suficiente. Não importa quantas crianças sejam torturadas).

    Continue mentindo conosco, my brother ;D

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  3. Escrever é uma das mais puras formas de mentira sincera... É a gente tentando se esconder no que a gente é de fato... Estranho, né?

    E OWWWWWWWNNNNNNN que linda a homenagem! ;_;

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